
Imitaçaõ......3.14
Como devemos considerar os ocúltos juízos de Deus,
para não nos desvanercermos com os nossos bens.
Estou atônito e considero que nem os céus são puros em vossa presença.
Se nos próprios anjos achastes maldade, o que será de mim?
Caíram as estrelas do céu e eu, pó, que presumo ?
Aqueles, cujas obras pareciam dignas de louvor, precipitaram-se o abismo e os que comiam o pão dos anjos, vi-os deleitarem-se com o alimento dos porcos.
Não há, pois, santidade, Senhor, se retirardes a vostra dextra.
Nenhuma fortaleza protege, se deixais de a sustentar.
Não há castidade segura, se não a protegeis.
Se desamparadas, afundamos e pereceram: visitados por vós, erguemo-nos e vivemos.
Somos, com efeito, volúveis, mas vós nos dais a firmeza: somos tíbios, mas, por meio de vós, nos afervoramos.
Que humilde e baixo conceito devo formar de mim mesmo, ! Como nada me devo reputar, ainda que pareça ter algo de bom !
Oh, peso imenso, oh pélago instransponivel, onde eu encontro o meu nada !
Onde, pois, se oculta a glória ? Onde a confiança fundada na própria virtude ?
Toda a vanglória sumiu-se no abismo dos vossos juizos, que me aguarda.
Que é toda a carne em vossa presença ?
Gloriár-se-á, porventura, o barro contra quem o amolda ?
Como pode enfatuar-se com vãos louvores quem está, verdadeiramente, submisso a Deus ?
Aqueles mesmos que falam nada são: desaparecerão como o ruído das suas palavras: mas a verdade do Senhor permanece eternamente.