ìmitação ...... 3.45
COMO NÃO DEVEMOS DAR CRÉDITO A TODOS
E COMO É FÁCIL PECAR COM PALAVRAS.
Soccorei-me, Senhor, na tribulação, porque vão é o auxílio do homem.
Quantas vezes me faltou a sinceridade, onde pensava que a houvesse ! E quantas outras a encontrei, onde menos a esperava !
Vã é pois a esperança nos homens, a salvação dos justos,porém, está em vós, Deus meu. Bendito sejais, Senhor Deus meu, em todas as coisas, que nos acontecem. Somos fracos e inconstentes: facilmente nos enganamos e nos mudamos. Que home há tão precavido e circunspecto, que não caia, ás vezes, em engano e perplexidade ?
Mas, pobre de mim, porque não me guardei melhor ? Porque, tão facilmente, acreditei nos outros ? O certo é que somos fracos, e nada mais que homens fracos, ainda que muitos nos julguem e chamem anjos.
A quem darei crédito, senão à vós, Senhor, que sois a verdade, que não engana, nem se pode enganar ? Demais, todo homem é mentiroso, fraco, inconstante, inclinado a pecar, mormente em palavras, de modo que mal se pode crer naquilo que, à primeira vista, parece verdade.
Quão prudentemente nos avisastes que nos guardassemos dos homen: que os inimigos dos homens são os de sua própria casa: que não devessemos dar crédito quando alguém nos dissesse: aqui está Cristo ou alí.
À minha custa aprendí e oxalá me sirva esta verdade de maior proveito e não de confusão !
De semelhanes embustes e de homens levianos livrai-me, Senhor, não me deixeis cair em suas mãos, nem cometer tais faltas.
Ponde em minha boca palavras verdadeiras e sinceras e afastai para longe de minha lingua todo artifício.
Devo evitar em mim a todo custo aquilo que não quero aturar nos outros.
Ó quanto é bom e proveitoso à paz não falar dos outros, não crer tudo, indiferentemente, nem repeti-lo sem reflexão !
Que meio seguro para conservar a graça celeste é fugir do convívio dos homens ,não desejar o que possa causar admiração,mas procurar, com toda solicitude, o que concorre para a emenda de vida e para o fervor !
A quantas arruinou a virtude conhecida e louvada prematuramente !
Quanto aproveitou a graça conservada em silêncio, nesta frágil vida, que se passa toda em tentações e combates !